quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Liechenstein 0 Portugal 3 - Polémicas

Ontem, Quarta-feira, 12 de Agosto, a Selecção Portuguesa derretou a Selecção Lie... do Liechenstein por três golos sem resposta em jogo de preparação para os próximos que se avizinham frente à Dinamarca e à Hungria, dias 5 e 9 de Setembro, respectivamente.


Era para ter escrito cá logo a seguir ao particular frente à Estónia, em Junho, mas não tive oportunidade visto que estava em exames. Também devia ter escrito antes deste jogo contra o Liechenstein, mas estive a passar uns dias no estrangeiro, sem acesso à Internet. Só regressei ontem, felizmente a tempo de ver o jogo. Se alguém estava à espera de ver o blogue actualizado (eu tenho dúvidas, mas enfim...), peço desculpa.



Em relação ao resultado do jogo, era o esperado tendo em conta a diferença de qualidade entre as duas selecções. Não segui o jogo com muita atenção, em parte, porque tinha outras obrigações e também porque era apenas um particular frente a uma selecção que, à partida, não criaria dificuldades de maior. Por acaso, foi à primeira meia hora que assisti com mais atenção e, pelo que se tem dito, foi a única a que valeu a pena assistir. Achei que os marmanjos jogaram bem mas, como se trata do Liechenstein, pouco ou nada deve significar. Na altura, desejei que eles jogassem assim o jogo todo, que me dessem mais oportunidades de gritar "GOLO!", mas já sabia que era pouco provável isso acontecer. O mais importante é que ganhámos.


Muito se questionou a utilidade deste jogo de preparação frente a uma selecção que nem roça os calcanhares daquelas que teremos de enfrentar num futuro próximo. Para ser sincera, também não percebo muito a utilidade deste jogo. Para mim, só serve para o pessoal, em caso de vitória, reclamar que "pois, com o Liechenstein, até a minha avó!" ou, em caso de empate ou derrota (altamente improvável, mas eu já não ponho as mãos no fogo...), reclamar que "se nem ganhamos ao Liechenstein, como vamos chegar ao Mundial?.



Com isto, lembrei-me do último anúncio da Liga Sagres que eu acho que está o máximo: http://www.youtube.com/watch?v=9vIX0MNCqCs Só mostra que é fácil criticar, mas nós dificilmente faríamos melhor. Ao fim e ao cabo, por alguma razão estamos nós nas bancadas ou a assistir a jogo pela televisão e estão eles em campo. Além disso, por amor de Deus, ninguém joga mal por gosto!

Voltando ao outro assunto, Carlos Queiroz diz que tenciona levantar a moral dos jogadores mas estará a moral deles assim tão fragilizada que se eleve com uma vitória frente a uma selecção de nível inferior? Espero bem que não... Contudo, como já disse antes, o Professor é que foi nomeado Seleccionador, ele percebe muito mais disto do que eu, uma mera adepta, que quando falam em 4:4:2 ou 4:3:2:1 ou "losango" é como se falassem chinês... Suponho que ele sabe o que faz.



O Hugo Almeida marcou dois dos três golos que nos deram a vitória, isto numa altura em que se volta a comentar a possível Convocatória de Liedson. Tenho um pressentimento que uma das razões que levou o Hugo a esforçar-se neste jogo foi por se sentir ameaçado. Já não é a primeira vez que isto acontece com pontas-de-lança. Há dois anos, nos dias anteriores ao Portugal-Bélgica de 2 de Junho, Scolari, Seleccionador na altura, falou bastante em Hugo Almeida como potencial ponta-de-lança titular na Selecção. Resultado: Hélder Postiga, cujas prestações são bastante irregulares, marca um golo espectacular em Bruxelas. Um ano mais tarde, na altura do Portugal-Grécia de preparação para o Europeu, Carlos Queiroz, ironicamente, comenta a falta de pontas-de-lança na Selecção Portuguesa. Resultado: Nuno Gomes, com a ajuda de Hugo Almeida, marca um golo, se bem me lembro, o primeiro de vários meses. Existem vários outros exemplos de como críticas e ameaças de substituição estimularam os jogadores a mostrarem o que valem.



Em relação à entrada de Liedson na Selecção, eu realmente não sei. Por um lado, fala-se muito da falta de pontas-de-lança, o Liedson é um bom jogador, se estiver sinceramente disposto a dedicar-se desinteressadamente à Selecção, é uma mais-valia. Por outro lado, já é o terceiro luso-brasileiro na Selecção. Ainda por cima, fala-se tanto na extinção do jogador português, de que os clubes apostam demasiado em jovens brasileiros desprezando os portugueses... Tenho medo que, com a entrada de Liedson, hajam mais luso-estrangeiros a querem entrar até a Selecção Portuguesa não ter um único jogador português propriamente dito... Sem desvalorizar Liedson, acho preferível que se dê prioridade aos portugueses "a sério", mais por uma questão de princípio. De resto, parece-me que este assunto do Liedson na Selecção, que, de resto, nem é novo, ainda vai dar pano para mangas.



Tendo estado no estrangeiro nos dias imediatamente anteriores ao jogo, estava completamente a leste do que se passava em Portugal, inclusive na Selecção Nacional. Por isso, fui apanhada de surpresa quando me deram um jornal português no avião e li sobre a polémica ausência de Cristiano Ronaldo da Selecção para este jogo. A desculpa, perdão, razão que deram foi que ele estava constipado ou engripado. Parece que ainda se pensou em gripe A, mas pelos vistos não. Pelo que eu percebi, há quem não acredite nesta história da constipação. Eu própria acho que é fraco motivo para se baldar a um jogo, mas... Não sei o que se passa de verdade, só tenho isto a dizer: espero bem que o Cristiano não comece a pôr o Real Madrid em frente da Selecção Nacional.



A propósito deste assunto, quero dizer que, apesar de tudo, fiquei bastante feliz por o Cristiano ter sido contratado pelo Real Madrid. É sempre bom ver um português chegar tão longe. Em relação ao valor do passe, muitos acham exagerado e eu tenho de concordar que 94 milhões de euros é uma quantia astronómica. Contudo, não se pode dizer que ele não merece. À minha avó faz-lhe alguma confusão que os jogadores de futebol ganhem tanto dinheiro quando têm "pouco mais que a quarta classe", mas eu faço-lhe ver que estudar não é a única forma de se construir um futuro. O Ronaldo, por exemplo, não passou horas agarrado aos livros, mas passou horas a treinar no ginásio, no campo... Se está onde está hoje, se é o melhor do Mundo, é sobretudo por mérito próprio. Merece os meus parabéns por esse motivo. Mas só espero que, no meio desta euforia galáctica, não se esqueça da Selecção.



De resto, ouve uma situação semelhante há coisa de dois ou três anos, julgo que foi num mês de Novembro, numa altura em que tínhamos um jogo de qualificação para o Euro 2008, se não me engano. Houve uma polémica qualquer com o Carlos Queiroz que, ironicamente, nessa altura estava no outro lado, no lado dos clubes, no lado do Manchester United, como seria de esperar do treinador-adjunto. Não tenho a certeza, já não me lembro bem, mas acho que na altura não queriam que o Ronaldo jogasse pela Selecção para que o seu desempenho pelo Manchester não fosse prejudicado. Contudo, parece que o Ronaldo teimou em representar a Selecção Nacional, afirmando mesmo estar "de corpo e alma na Selecção". Se bem me lembro, até marcou um golo nesse jogo.



Sei que já se passaram dois ou três anos, que as circustâncias eram diferentes, que na altura se tratava de um jogo "a sério", de qualificação, que este jogo com o Liechenstein é, sem margem para discussão, insignificante comparado com o outro. Mas espero sinceramente, e quero acreditar nisso, que continue de corpo e alma na Selecção, que isso não tenha mudado com a ida para o Real Madrid. Este foi o primeiro jogo da Selecção com o Ronaldo galáctico e acontece isto. Não dá uma boa primeira impressão. Mas só o tempo poderá revelar o modo como o Ronaldo encara a Selecção.



Lembro-me da última vez em que jogámos com o Liechenstein, se não me engano, no dia 8 de Outubro de 2005. Eu fui lá assistir ao jogo, no Estádio de Aveiro, para mim o mais giro de todos os estádios que foram construídos para o Euro 2004. Fomos a Aveiro de propósito para assistir ao jogo...



Lembro-me que antes do jogo actuou uma cantora portuguesa qualquer que cantou (e notava-se perfeitamente) em playback. Lembro-me de nos terem dado t-shirts enormes, brancas, cada uma com uma letra, para formarmos a palavra "PORTUGAL". Como eu estava num grupo de cinco pessoas, só podíamos formar "PORTU", as outras três foram entregues a outros. Eu fiquei com o U. Ainda temos essas t-shirts, eu ainda uso a minha como camisa de noite. Não podíamos usar as t-shirts novamente e eu não queria deitá-las fora...



Lembro-me de ter levado um cartaz (nem era bem um cartaz, era uma cartolina) pintado por mim e pelos meus irmãos a dizer: Próxima Paragem: Alemanha 2006 que ergui bem alto quando se marcou o golo que nos deu a vitória e no fim do jogo. Isto porque, se ganhássemos, tinhamos lugar garantido no Mundia 2006. Gostava que o tivessem mostrado na televisão, mas provavelmente só tinha essa sorte se tivesse escrito Mãe, estou na RTP! ou Futebol espectáculo é na TVI ou uma frase desse género.



Lembro-me de gemer e levar as mãos à cara ao ver a bola rolar tranquilamente em direcção à nossa baliza e de, no meio de manifestações de sofremos-um-golo da parte dos adeptos portugueses, um velhote, na nossa bancada, vestido com as cores do Liechenstein se ter levantado e celebrado o golo. Nós, os adeptos, achámos tanta graça que aplaudimos.



E lembro-me de ver os marmanjos todos a festejarem a qualificação para o Mundial 2006. Às vezes nem acredito que passaram quase quatro anos...



Enfim, daqui a três semanas temos mais dois jogos e desta feita é a sério. Fiquei contente por termos ganho ao Liechenstein, mas, como se dizia n'A Bola, vençam também quando não for a feijões. Eu continuo a fazer a minha parte, a acreditar, a apoiar. O resto é com os marmanjos.
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